Friday, November 2, 2007

As "baldas"

Não concordo com a maioria das ideias da actual ministra da Educação. Mas em relação à questão das faltas estou completamente de acordo.
O mundo é cada vez mais global. No entanto, a questão da diversidade não deve ser encarada como um problema, mas sim como uma riqueza, uma oportunidade de troca de experiências.
No caso da aprendizagem, aplicado aqui, é importante salientar que cada pessoa tem o seu próprio estilo, a sua própria organização/ gestão do tempo. Há pessoas que precisam de um maior acompanhamento, de ter as coisas bem explicadas/ definidas e outras que, pelo contrário, funcionam melhor tendo umas bases e depois procurando/ estudando sozinhas. Pessoas mais indutivas e pessoas que chegam lá mais facilmente por dedução. É difícil conseguir um programa de uma disciplina que "agrade" a todos, mas acho que há pequenas questões que se podem conciliar, de modo a que todos os alunos possam "escolher" qual o melhor método para eles próprios.
Além disso, temos que ter em conta que a escola não é apenas um local de aprendizagem, é um lugar onde crescemos e nos tornamos pessoas. E, para que isso aconteça saudavelmente, temos que ter tempo para nos "baldarmos" às aulas para namorar atrás do pavilhão; para fumarmos um cigarro a meias com uma colega, mesmo que depois passemos 2 horas a tossir; para apanhar uma molha no intervalo e demorar mais tempo na casa de banho a secar a roupa; para assistirmos às aulas de educação física dos gajos da turma de desporto, por quem geralmente estamos apaixonadas e para podermos acompanhar os jogos das equipas desportivas na semana do Desporto.
A escola não deve ser um local onde só se fornece informação, mas principalmente um sítio onde se aprende a procurar essa informação. "Não dar o peixe, mas ensinar a pescar".
Porque educar não é só ensinar, é também dar espaço para descobrir.

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